19/01/2012

Sobre filmes e imagens em movimento

"Eu em movimento" pro RioEtc. Já viu? 
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Admito que ficou um clima meio terror. Curioso isso. Tudo que fiz em vídeo, nos idos tempos de modelo, era totalmente dirigido. Eu era um mero peão branco embolado em panos e atitudes pré-estabelecidas -- a persona dos criadores. Nesse vídeo, sou eu mesma. Meio lúgubre, meio assustadora, de aparência duvidável, mas sou eu.
Convites para filmes de terror, estamos aí. Já saquei que não serei a mocinha.


E por falar em terror...

Os americanos correram atrás até a década de 80 pra fazer bons filmes, mas nossos companheiros latinos estão matando a pau nos anos 2000. Não sei se é o idioma, mas os filmes de terror espanhóis são simplesmente assustadores. Outro dia assisti "Los Ojos De Julia", que deu belas chineladas nos yankees e seus remakes vergonhosos. Menção honrosa a versão original de "REC", altamente apavorante.
Aliás, recomendo "Los Ojos De Julia", assim como toda a safra de filmes latinos, não só de terror. "O Segredo Dos Teus Olhos", "Um Conto Chinês", "Medianeiras". Pode ir na fé.
É com muito orgulho que volto para as aulas de espanhol.

Ontem, já em solo baiano, fizemos a tentativa de assistir "Suspiria", de Dario Argento, o mestre do giallo -- como eu amo falar giallo, literalmente "amarelo"os filmes de serial-killers italianos -- mas foi uma tarefa difícil tarde da noite pois o filme era todo falado em italiano e a legenda em francês. Ou seja, fiquei com taquicardia. Mas não desistirei.
Uma coisa maravilhosa do Argento é que as trilhas dos filmes dele -- absolutamente maravilhosas -- são feitas por uma banda de rock progressivo italiano chamada Goblin. Vale muito a pena baixar os discos e ouvir em casa. Comece por "Suspiria", que é lindo. A arte dos discos também é incrível, assim como a dos filmes. Quem disser que é cafona eu jogo um copo de vinho na cara, bem dramática.

Engraçado que, enquanto eu estava na sala da casa da falecida avó do meu cônjuge, aqui em Salvador, escrevia sobre coisas felizes. Mas para entrar na internet, precisei ir até o antigo escritório do avô.
Não há nenhuma dúvida de que o ambiente aqui é antiquíssimo. Se vivos, ambos teriam mais que 100 anos de idade, e a casa permanece tal qual deixaram e como sempre foi.
Na escrivaninha com pés de madeira grossíssimos, me encara um porta-retrato com a avó muito nova, sorrindo, um exemplar da "Divina Comédia" de Dante que data de 1400 e um azulejo pintado com a seguinte frase: "Signore Benedici, chi non mi fa perder tempo".
Essa casa seria um ótimo cenário de filme de terror, embora a energia seja boa demais para assombrações. Não que eu não escute a madeira estalar de madrugada, e por vezes sei que não estou sozinha -- mas alguém em algum momento de fato está?

Talvez venha daí meu costume de pedir licença quando entro.
Talvez por isso eu não posso ser a mocinha do filme de terror.


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